domingo, 24 de agosto de 2014
Caeiro Contra-tradição/ Reis: Tradição/ Campos de Modernidade eTransfiguração das formas sociais.
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O que principalmente tenho feito é sociologia e desassossego.
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Quanto a sociologia, além de ter acrescentado alguns raciocinios e analises à minha "Teoria da República Aristocrática", tenho deliberado teorias várias sobre a guerra presente e sobre as forças vivas, nacionais e civilizacionais em ação. Creio ir me aproximando de uma interpretação do conflito com visos de verdadeira, ou, pelo menos(sejamos um pouco céticos), de plausível.
O fato é que neste momento atravesso um período de crise em minha vida. Preocupa-me quotidianamente a necessidade de dar ao conjunto da minha orientação, tanto intelectual como "existente na vida", uma linha metódica e lógica. Quero disciplinar a minha vida (e, consequentemente, minha obra) como a um estado anárquico e anárquico pelo próprio excesso de forças vivas em ação, conflito e evolução interconexa e divergente.Não sei se estou sendo perfeitamente lúcido. Creio que estou sendo sincero. Tenho pelo menos aquele espírito que é trazido pela prática antisocial da sinceridade. Sim eu devo estar a ser sincero.
Lisboa, 2 de setembro de 1924 *.
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PESSOA, Fernando. Obras em Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990. P.45-46 "
* Carta à Armando Cortês Rodrigues.
Outra opinião
Enquanto a fria racionalidade da sociologia estatística é o disciplinado esforço do sociólogo metódico de dar a sociedade uma rara explicação que satisfaça um consenso qualquer.
A narrativa sociológica é um recurso ao esgotamento. (das contradições?)
Por uma razão imanente
A
sociologia é a conversão da experiência e da tradição em linguagem capaz de simbolizar
as formas do fenômeno no tempo. É um plasma germinativo de imaginações e
racionalidades. É o estado de imanência de uma “assemblage” criativa contra a inibição da experiência e da sua
percepção. Um agenciamento coletivo do animismo, do ancestral pelo corpo narrativo
da linguagem, assim como um tambor é um corpo. A sociologia é uma dês-razão e é
uma ética crítica do pensamento, contra a repressão colonial no plano
micropolítico e contra os mitos ocidentais no plano de uma construção histórica.
Fotografia
As fotografias de João Ripper desafiam estereótipos.
Ressaltando o poder das fotografias de criar a imagem e representação. Sobre o
conjunto de fotógrafos da Maré ou Raton Diniz na Favela de Manguinhos. O
fotografo cita um livro, Mulheres que correm com Lobos, e imagem de D. Olga
denuncia o trabalho escravo. Ainda haveria oficinas a tarde.
O Índio Xavante, Tembé. O Massacre Mucatu. Enfim, um Acervo
Indígena, Mata Seca, Ibicuí, Ipuarama, Taquatiara, Ingá, Cariri. Segundo a
Fundação Palmares há mais de 38 comunidades quilombolas.
Por uma sociologia indígena
Saímos cedo debaixo de chuva. Júnior me trouxe até a Estação Ciência para acompanhar o último dia do Seminário: Séculos
Indígenas.
Evento que trata das questões que envolvem o empoderamento da
população indígena de seus direitos e questões ligadas a terra, a violência,
bem como sobre a aplicação da lei 11.645 que diz respeito à implementação da
história indígena nas escolas.
Enfrentamos uma chuva incomum, o vidro do carro
embaçado, a ansiedade. Tínhamos que chegar lá pra que Jr. conseguisse voltar
para chegar ao trabalho.
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| Arte: André Vallias |
Êhhh!
Caboclo de pena.
Êhhh!
Deus Tupã.
O Capitão, potiguara, fala sobre as leis de demarcação.
Entre Estevão, professor da pós-graduação em Antropologia, Lúcia Guerra, a
aparição do fotógrafo João Ripper, contextualizam o ponto posto sobre a
relação: terra e violência.
São invocados os xucurus de Pernambuco, Cacique Chicão,
Marquinhos xucuru, Cacique Babau, tupinambá de Olivença, próximo a Boirarema e
Ilhéus, no sudoeste da Bahia, os tuxá de rodelas, outros povos da terra
indígena de São Miguel, na Baía da Traição. Potiguara, Tabajara. Cacique Aníbal
que já houvera lembrado sete tiros, e mesmo assim ainda não havia morrido, foi
lembrado junto com cacique Guego.
Ailton Krenak se posiciona acerca do capitalismo, como
guerra e genocídio, transformando a relação da sociedade ocidental com os
índios no processo em que se dá o aldeamento e formação de campos de
concentração.
– Recorro a um poema de Aimé Cesaire.
Enquanto isso, Eu começo a ler sobre Langston Hughes. Vaga a leitura sobre Claude Mckay, poeta Jamaicano, Jaques Hormain, caribenho, Nicolás Gullén Cubano, Laurence Dunbar e sua Ode à Etiópia. Penso no acompanhamento para a leitura de “The Weary Blues”. No Harlem nasceu um Shakespeare. Langston é o Hamlet negro.
Os Ianomâmi da Venezuela. São exemplos de confisco
linguístico e do sistema religioso.
Fala-se da Barra do Gramame. (Algum tempo depois cheguei a
ver com os próprios olhos o encontro do rio com o mar, no extremo oriente do
continente, como se daqui pode-se fazer o caminho inverso do colonizador).
Reaparece-me – A lembrança da leitura de Todorov, A
conquista da América. E no fundo de tudo isso, o mito, o rito e a reverência
xamanística. (acabei a usar rapé soprado pelo cacique Álvaro Tukano ).
Continuo, meditando e me perguntando sobre “A História dos
Homens” e o roubo da história dos Guarani-Kayóa e das narrativas potiguaras.
Avança cada vez mais o reconhecimento de que o Brasil é um
Estado inventado. Aldeia Maracanã. Tapeba, Fortaleza. Na transfiguração entre a
modernidade e o Brasil Profundo, persiste o oximoro: Terra X Território. Aí
parecem em cena, o SPI- o sistema de proteção aos índios e outras entidades
como a FUNAI e o ISA.
A ossatura do argumento
Retornamos ao entrelaçamento das narrativas de comunidade,
autores, teorias, conceitos, líamos um sociólogo da Escola de Chicago, ou os
Chicago Boys, como diria Bourdieu. Era uma quinta-feira para observar a educação
e iniciação à uma comunidade, uma conversão.
Entre tipos ideais e abstração, comunidades culturais e
estados-nação... e América do Sul?
A elite de filósofos, economistas, juristas e também o
marxismo italiano e outras modernidades. A suspensão da ética social por uma
moral secular foi um dos pontos flagrantes da fragmentação da modernidade;
depois de Aristóteles e Hobbes, e aos poucos a ossatura do argumento, a tradição.
Para resolver as dúvidas dos fenômenos, temos o método.
20 de março, quinta-feira. Aula
de Metodologia.
Acordei cedo, esperei o Tio me trazer, por isso cheguei
atrasado. Mas a aula pra mim se tornou uma obrigação burocrática.
[ Adso. Franciscanos, Beneditinos, Jesuítas, Carmelitas. E com eles
a explicação da morte. que escapa para fora da esfera da moral cristã.
Dúvidas? O Diabo, o sexo
então?
Escolha, investigação, ciência.
Como esculpir os percursos do tempo no
livro da vida?
– Numa lógica
antropologicamente descritiva é reter um prisma do labirinto de vitrais que se
estabeleceu entre a paisagem social e a realidade; da religião à internet.]
Borges, Paz e o conhecimento
labiríntico de uma Biblioteca. Faz-se qualquer coisa da censura. (Não fui ao
Cemitério de Praga e nem assisti as Histórias de Pi.) Há magia na numerologia.
Há representação e eficácia simbólica, observáveis resultantes oscilantes ainda
que regulares e reguladas pelos “muros” das formas, tempo e espaço.
A (con)figuração formada pelas práticas, pelas causas, os efeitos, as dúvida e as certeza
nessa investigação, muitas vezes descoberta nas experiências que envolvem
região e magia, como a arte. Quando se põe o dogma em dúvida. As observações,
procedimentos, metodologias, deduções e inferência dos fatos e suas generalização
das suposições requerem argúcia para contornar o lugar vazio da possibilidade
da incerteza, e tornar reconhecível e possível a reconciliação da sociedade com
a cultura, e com sua mais ancestral tradição, de forma reflexiva.
Vamos nos
preparando a aprender a viver como os antigos; nossos quadros para vazar uma
nova forma.
Numa triangulação entre nós o conhecimento e o outro. O livro da
natureza, esta construção de imagens gravadas na luz que organiza a verdade e o pensamento sistemático, o pensamento profissional em face do olhar
desfocado, entre o foco e o processo, a explicação complexa e sofisticada do
real ou da projeção do real e sua representação na mente, como um desencanto
na consciência.
Era terça a tarde, quando de mais uma aula de sociologia da cultura.
Na sala 507 nos encontrávamos para discutir diversidade e
desigualdade, cultura e relações de poder dentro da produção cultural. Pensávamos
sobre certo ponto de vista de um marxismo cultural, política, economia, representação
e acabamos tangenciando o festival Nacional de Folclore em Olímpia e o sobre o
samba rural paulista.
Íamos entre José Jorge de Carvalho e as orquestras de
Maracatus.
O Sudeste e principalmente São Paulo, devido ao orçamento, se torna
uma referência na produção da cultura tradicional no País, ao lado do
Rio de Janeiro. Seja a Literatura, a poesia Maloquerista paulistana de Pedro Tostes e o
samba carioca como no caso do Grupo Recônca Rio.
A descrição dos textos e a
discussão dos pontos importantes são realizadas em seminários, para ver se
escrevemos umas 10, 20 páginas e de repente quem sabe se escreva sobre o O Boi
do Benin, e além da crítica irônica ao riso medieval-moderno de Bakthin, escrever algo reservado, como se
de saída da conserva moderna.
A modernidade cria cultura erudita e pra saber sobre a
“cultura popular” na Idade Média/Renascimento só lendo mesmo Bakthin. A
modernidade e o exo-capitalismo .
Ouve-se falar sobre o Laboratório de Estudos da Oralidade.
Políticas culturais para a “cultura popular” , os contornos da identidade
nacional e da “industria cultural do patrimônio”.
Em alguma quarta do semestre passado.
Hoje na aula de Ayala teve uma filha de Yemanjá, grávida.
Fui ao mercado e ganhei chocolates, pipoca e queijo, biscoito e água, mas estou
só, no escuro.
A chave de casa quebrou-se na fechadura, fiquei na rua.
Aguardo a
chegada de alguém que pode chegar a qualquer momento, enquanto leio Jeffrey Alexander sobre "O Novo Movimento Teórico".
A sociologia é um estado de espírito.
A contribuição para compreender o Brasil e a América Latina
com fins a uma sociologia medular-modular da movência. A sociologia é um estado
de espírito. É uma prática de compreensão do mundo. É interditar a alienação. É
romper a reprodução para interpretarmos e traduzirmos o real e a sociedade em
seus próprios termos. É teoria do conhecimento e metodologia construída no
debate, na discussão crítica da profundidade analítica.
–Estudante de
mestrado, afina tua cora.
As aulas de metodologia ensinam sobre a diferença entre
religião e magia. E sobre gêneros de modelos, teorias e técnicas para pensar
cyber-cultura, trabalho, cultura e também sobre quem é o pesquisador diante do
“outro” sujeito de pesquisa. O
problema, o caminho, a solução pra quem se é diante do outro. Texto, discussão,
experimento social. Não assistimos ao
Clube de Compras Dalas. Serge Katembera especula sobre política em face das
novas tecnologias.
– E o professor no deixa seu email e nos fala sobre o
Dropbox, Google drive e ainda mais o Skydrive.
Aparecem também Scielo e o
portal de periódicos Capes, o Ibct e o DOAJ, mais alguns sites e uma noção de
ciência como arte da diferença. (Algo entre o narcisismo e a hierarquia)
Olhem:
– É William de Baskerville, um personagem! Eco e Cortásar e
o cinema – O Perfume!
Artimanha estética para o texto autoral.
Qual a presença dos clássicos na formação do pensamento social brasileiro?
Vem-me a indagação sobre um cânone não revelado entre
Gramsci, Simmel e o fetichismo da modernidade sobre os conceitos e os limites
do conhecimento teórico na investigação social.
Óh! – Hoje a tarde há Seminário sobre Cultura e Patrimônio,
da Pós Graduação de História.
Chego a noite, na palestra de encerramento, um
debate sobre a Universidade e Ditadura, e o transformismo. Como a Ditadura
proibiu as leituras de Lênin, Che, Mao, por serem revolucionários, enquanto Marx
era lido socialmente como filósofo. A criação da ANPOCS, o IUPERJ, o CPDOC, O
CEBRAP. Discute-se sobre a presença de diplomatas americanos no AI-5.
Mil Platôs
As multiplicidades do encontro de outros saberes,
anti-platonismos negam a existência de formas puras e há também a
anti-dialética enquanto a recusa a pensar por categorias prévias e
imediações. Uma forma de reencantamento
perpétuo capaz de articular múltiplos conceitos para a formação de novos
modelos.
O conceito como um Platô a lá Deleuze e Guatarri.
Criar conceitos é intervir no mundo e recriá-lo. A
epistemologia como instrumento de criação.
“O conceito é imanente à realidade, brota dela e serve para
torná-la compreensível”...
No embate “conceito” e "imagem" poética: enfrentam-se autoridade,
multiplicidade, histórico, heterogeneidade e incorporalidade. Uma operador
acontece, produz e agencia a criação de modelos, um dispositivo da “apercepção sociológica” entre a
metafísica, a entidade mental e a representação, se dispara. Imagens sobre
imagens, interpretações sobre interpretações
Método & Teoria
Hoje pra mim é ainda a continuação de sexta e levo adiante o
programa das disciplinas de TSC e MCS. Percebo que as coisas mudam. Fiz um belo
café da manhã, bolo de tapioca, suco de acerola, banana, maça, granola, papaia,
iogurte natural, etc., e medito a mesa. As pessoa
ainda vivem loucamente por aí.
Sociologia do Conehcimento
É segunda-feira e começa o mês de maio. Eu me deparo com a circunstância de que
conhecer a sociologia é diferente de fazer sociologia; realizam-se transações. O
que importa é que, sexta pela manhã, me preparo para ir a Recife no meio da
semana, um seminário do sociólogo moçambicano Elisio Macamo, professor na
Basiléia.
Era 7 de maio. Saio de casa as 10. Chego na Cidade
Universítaria e pretendo assistir uma atividade no décimo segundo andar do prédio
do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, no Programa de Pós Graduação em
Sociologia, na Universidade Federal de Pernambuco. Macamo esteve na UFPE pela
primeira vez em 2009 e desenvolve estudos sobre a linguagem na sociologia e
sobre África.
Começa a sua exposição com um conto de Borges acerca do
jazz e uma citação a las Casas sobre a escravidão dos índios. Joaquim Nabuco é
lido em narração sobre não haver o Paraguai. Abrindo um precedente histórico na
literatura em ciências sociais para o desenvolvimento do argumento de que “e se
a África não existisse?” valendo-se na noção de argumento contrafactual de Weber,
em diálogo com a linguagem dos clássicos.
– Transação entre o ser que trabalha ao ser que não
trabalha. Algo sublime e ao mesmo tempo, tão violento.
Assim seria um deserto guarani o Paraguai, se não fosse os
jesuítas.
Retornando ao debate metodológico e epistemológico, o viés
da parcialidade, auto seleção, auto engano são levantados.
– “O Brasil existe”? (o Antropólogo Eduardo Viveiros de
Castro disse, uma vez, o Brasil é uma circunstância).
Mundos alternativos; outros são possíveis como em Voltaire e
Leibinz. Mas onde está a qualidade (validade?) dos conceitos: reféns da
investigação ou dos objetos? Ou da
construção da relação epistêmica?
O paradigma da sociedade global desenvolvido por Ianni
aparece a fim de por em discussão o “nacionalismo metodológico”. ( acerca deste
ponto, penso que o caráter metodológico distintivo é a cosmovisão de um povo, sua
língua, uma linguagem que distingue o modo de ver o mundo e assim construir uma
realidade, muitas vezes existente fora de nossos conceitos.)
O embate entre objeto e teoria é recorrente em toda a
História da Sociologia. Macamo aponta nesse percurso uma certa forma de “miopia metodológica”, indicando-nos que
não só “um” conhecimento é possível. A outra face desse embate, que se dá entre
verdade e epistemologia, é resultado da necessidade (imposição?) de controle e método
na produção do conhecimento em Ciências Sociais.
A parcialidade introspectiva abre brechas no linear arranjo
da história, a partir da “probabilidade
objetiva” entendida como um antecedente. Assim, enquanto a histórica preocupa-se
da causa do fenômeno social, a sociologia ocupa-se da circunstância na qual se manifesta
o fenômeno. Opera-se uma crítica da causalidade como ponto de explicação,
evoca-se a plausibilidade para dar conta da inconstância da vida social, ou
seja, indica-se uma sensibilidade metodológica para reconhecer um conjunto de
circunstâncias na qual se torna possível elaborar uma teoria capaz de ser visível
na realidade e na História. Considerando que não há um vocabulário capaz de
falar de nenhum lugar. Arquimedes, falou faz muito tempo sobre uma boa lavanca
para levantar o mundo, isto é um conceito, uma forma elaborada de linguagem na
qual o mundo se realiza.
A constituição social de muitas regiões da África, assim
como da Índia e boa parte do Oriente (como mostra E. Said) só se deu (da
maneira que foi) por conta da colonização, inclusive as línguas nessas regiões
seriam outras, de difícil contato para as outras sociedades ao redor do globo.
Então a globalização, fica claro, torna-se a condição de possibilidade de
realização de uma dominação ética e étnica.
Mas essa dominação tem também seus disputantes no certame. De
um lado a tradição germânica desde Vico e Herder, passando por Wilhem Dilthey –
e sua ciência do espírito – Rickert e Wileband, postos entre valores e cultura
(respectivamente) frente uma França e sua ideia de civilizacion. A partir da deflagração desta tensão, ganham
importância os papéis que conceitos começam a desempenhar na sociedade bem como
na construção social da realidade e seus códigos e normas de condução,
organização e orientação da vida em socieade, a partir de certa altura da modernidade.
Mas antes dessa impostura, cabe resaltar que a Europa nega a
História que a formou. Escondendo, e ou quando não eliminando, as contribuições
do oriente e do norte africano do patrimônio cultural que a formou, construindo
no imaginário uma referencia à uma Grécia mítica, como mãe do ethos ocidental,
ignorando o constante dialogo (guerras, trocas, matrimônios) dos gregos com o
restante do mundo conhecido até aquela época. Bem como a literatura criada com
base na inspiração do oriente e do Novo Mundo, e a África nas Artes Plásticas).
Desdobra-se daí uma ontologia, que não existia. Um paradigma do exotismo e
formas funcionais ligadas a razão instrumental iluminista de representar o
mundo e as relações sociais.
Retornamos assim a tensão: sujeito e conceito. Nesse contexto
concebo a ideia de que a razão é o momento do movimento dentro do caos, saber
encontrá-la é trabalho de encantado e encantamento dos espíritos e do tempo.
Um telefone celular toca na sala, durante a fala do
Professor Elísio Macamo. Todos silenciam e reconhecem o constrangimento, o
professor então de repente exclama uma pérola sociológica:
–
“Estou a provocar defuntos”.
Aludindo
que pode ser o espírito do Nietsche chamando ao telefone. E a sala se resolve
em risos.
O debate envereda pelo provincianismo da sociologia e uma
crítica a essa “regionalização”, seja nacional, linguística ou até mesmo as
antinomias (Norte/Sul ou Ocidente/Oriente e as subnoções periféricas como
América Latina e etc...)
A etnografia surge, em comentário, como método à sociologia,
uma técnica epistemológica, um recurso teorético, uma prática filosófica e
política.
–
Valendo-me do mesmo argumento do Prof. Me questiono então: Se a colonização não foi uma barbárie,
o que
foi?
O Seminário alcança a
orientação de “desnaturalização do conceito” como um primeiro passo para
elaborar qualquer contribuição à Sociologia.
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