Desde quando Hobbes, em seu Leviatã, desenvolve a
noção de sujeito sob a forma da categoria de “pessoa”, seja ela a personagem
com seu papel em dramas sagrados – cosmológicos – ou quando no caso do uso de
máscaras, seja quando define a pessoa jurídica e a pessoa moral, a entidade
metafisica ligadas a substâncias e modos, ou em relação à valores, pode-se pensar
sociologicamente em uma noção de pessoa, sujeito, e então nas suas visões de
indivíduos no contexto das relações sociais.
Na modernidade, Geertz discute a construção da noção de pessoa a partir da etnografia,
esta que representa o fazer etnográfico por meio de uma ciência interpretativa
da antropologia, ativa na análise de símbolos e a utilização da “descrição densa” no recurso busca por
profundidade na procura dos significados dos fenômenos sociais.
O conceito
de Cultura, marcado pelo entendimento weberiano de uma teia de significados,
estabelece a “ação social dotada de sentido” superando a aparência da realidade
e suas contradições, no exercício de compreensão do real como um texto onde se
deve operar o desvelamento e decifração do simbólico como ponto chave do mundo
moderno – mundo suprassensível da cultura e o mundo inteligível das estruturas
socioculturais.
Enquanto James Clifford pontua o debate acerca da
linguagem etnográfica observada entre os pontos de vista da literatura e da ciência
antropológica. O jogo entre interpretação e descrição leva à compreensão e
explicação do real em relação ao simbólico. Enfim, a Antropologia sobreviverá e
se tornará cada vez mais necessária enquanto se aprofundam as questões d’ alteridade
– abismos entre nós e o “Outro”.